Quando fomos jogar na Argentina, os caras meteram a porrada, cuspiram e nada aconteceu. Eu fiquei meio… É pelada ? Cadê a regra ? Então aqui, era concentração total para não cairmos na provocação e terminamos o jogo com 11 no Pacaembu. Isso foi repetido a semana toda - principalmente para mim, que, porra, sou foda. Entro ali e a chapa é quente. Fui para jogar forte, mas com lealdade, como sempre faço. Aí ele começou a cuspir, passou a mão na minha bunda duas ou três vezes. Vou fazer o quê ? Dar um soco ? De repente, num jogo normal, sim. Mas ali não. A única maneira que vi de retribuir era provocando também. Pensei: “Pô, sou lá de Nova Iguaçu, da favela. Não sou otário, sou malandro”. E assim foi. O cara perdeu a linha, o foco. No segundo gol, isso fica claro pelo posicionamento dele, que não me acompanhou [na arrancada para o gol]. Depois eu dizia: “Bate aqui no meu rosto, você não tem coragem, é frouxo”. Eu chamava o cara de boludo, de maricón, falava ‘dos a cero’ [2x0] e ele ficava maluco! Caímos no chão e, para não me dar um soco, ele pressionou o meu rosto com a mão. Só que ela foi escorregando por causa do suor e o dedo dele parou na minha boca.Que azar que ele teve…”
- Emerson Sheik, O Herói.
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